sábado, 22 de outubro de 2011

Edward Elgar...

Para Daiane...


"Música assim não surgia neste país [Inglaterra] desde a morte de Henrry Purcell". Gustav Holst disse isso ao ouvir Variações Enigma de Edward Elgar. O detalhe é que Purcell morreu em 1695, quase três séculos antes! Desde então a Inglaterra não produzia um único compositor de primeira linha. Edward Willian Elgar, porém, mudou completamente esse quadro e liderou o que se chamou mais tarde de renascimento da música britanica, que ocorreu entre 1880 e 1920, sendo colocado no mesmo nível de contemporâneos como Richard Stauss e Gustav Mahler.

Elgar, nascido em 1857, teve desde pequeno a música bem presente na sua vida. Seu pai tinha uma loja de música e também era afinador de pianos. E já aos 7 anos de idade começou seus estudos de piano num colégio católico (detalhe: seu pai era anglicano, mas mudou de religião para assumir o posto de organista da igreja), aos 10 rabiscou sua primeira obra para piano e aos 12 iniciou os estudos no violino. Só aos 19 anos compôs algo mais maduro e também começou a dar aulas de violino. Apesar de brilhante, teve um progresso diga-se ... lento! Mas isso o ajudou a adquirir domínio técnico e ajudou também a evoluir como regente.
Aos 25 anos, tornou-se maestro da Filarmônica da Sociedade Amadora Instrumental de Worcester (sua cidade natal), onde teve chance de reger obras clássicas de grande importância.
Como professor de piano, foi muito bem sucedido, principalmente no que diz respeito a Srta. Caroline Alice Roberts. As aulas logo se transformaram numa paixão, e eles se casaram em 1889 e mudaram-se para Londres, onde nasceu a primeira filha do casal, Carice (Car, de Caroline; ice de Alice...).

Partitura Original de Os Apóstolos

A temporada em Londres não foi muito produtiva e eles por fim voltaram para Worcester. Foi nesta época que Elgar começou a compor no gênero que o tornaria famoso: músicas regionais. Ele compôs a abertura Froissart, The Light of Life, The Saga of King Olaf e A Marcha Imperial. A onda dos festivais culminou em 1900, com O Sonho de Genrontuis.
Isso fez com que Elgar ficasse muito famoso em toda a Inglaterra, tendo suas obras publicadas. Sua noite de estreia mundial foi 19 de junho de 1899, onde, no St James Hall, o maestro Hans Richter regeu as Variações Enigma, obra composta por 14 variações simples, que retratam sua esposa, seus amigos mais próximos, até o seu cachorro Dan, além de um retrato de si mesmo.
O sucesso resultou numa turnê por toda a Europa e pelo EUA. Este foi o seu clímax criativo: Elgar compôs em menos de 20 anos dois concertos (incluindo o para violoncelo e orquestra, que se tornou [na humilde opinião desta blogueira] sua obra prima), também o Flastaff, considerado uma joia da música programática, três importantes obras de câmara, e a cantata The Music Makers. E foi com a música patriótica que Elgar ganhou fama de bom inglês.
Elgar e sua esposa, Alice
Mas houve sempre nele algo que remetia ao tempo que vivia no campo, algo que lhe fazia falta, e isso fez com que ele se sentisse deslocado em meio a vida agitada de Londres. Como consequencia da insatisfação e do estresse, Elgar sofreu um colápso cerebral durante uma viagem de trem, em 1916. Isso fez com que ele vivesse
quase em recolhimento, que se tornou total quatro anos depois, com a morte de Caroline.
Em 1933,foi diagnosticado com um câncer em estágio avençado. Ele tentou continuar compondo, mas não o fez com o mesmo brilho de antigamente. Teve forças apenas para, no ano de 1934, reger um jovem virtuose no violino tocando uma de suas obras. Elgar morreu em 23 de fereiro de 1934, convicto de que "o único futuro da música inglesa é aquele que brota de seu próprio solo, algo nobre, robusto e espiritual." Seu nacionalismo estavapresente em cada nota de suas músicas e constitui até hoje motivo de orgulho para a Inglaterra.



1 comentários:

Daiane disse...

Ameiiiii ALICE! muito obrigada Sabe o qanto gosto de musica erudita! Felizzzzzz! E sem contar que o Blog esta fantastico! bjos querida

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