domingo, 18 de março de 2012

O Bolero, de Ravel

Sem comentários hoje...
O Bolero fala por si só!

sábado, 10 de março de 2012

Prata da Casa

Ok... confesso que tive essa ideia quando vi o Doodle dia 5 deste mês, em homenagem a Heitor Villa - Lobos!

Merecidíssima, pois antes de se tornar grande exportador de craques da bola (kkkkk) o Brasil também foi conhecido por exportador de boa música (sem querer com esse grifo fazer alguma analogia a alguns "cantores" tão comentados e requisitados no exterior ultimamente... longe disso...) e música clássica.

Ele foi, senão o maior, um dos maiores nomes da música brasileira no século XX, compondo obras que tinham tudo a ver com a nossa cultura: era 100% brasileira, e incorparava á sua música detalhes da nossa terra: o índio, a mata, canções popularas e indígenas.

Heitor começou a estudar violoncelo muito cedo, tanto que aos 12 anos já tocava em teatros, clubes, cafés... Como relataria a minha fonte: "de temperamento inquieto", desde de sempre viajou pelo interior do país, conhecendo muito bem o universo musical brasileiro. Tudo bem que a maioria das coisas que ele contava estava muito mais pra lenda do que pra realidade. Por exemplo, disse que numa viagem á Amazônia, navegou pelo rio Amazonas, naufragou e foi capturado por índios, que só o libertaram por que ele mostrou uma de suas gravações... Ok, ele foi pra Amazônia, mas não além do Teatro Amazonas, onde tocou algumas operetas de Luiz Moreira, entre 1911 e 1912.

Semana de 22

Em miúdos, o conceito da Semana de 22 era exaltar o que é nosso... aí entra aquela parte de Movimento Antropofágico, Movimento Verde e Amarelo, que se encaixaria mais no Blog da Ana... (http://chaodeversos.blogspot.com) mas quem frequentou (FREQUENTOU e não DORMIU) nas aulas de história, sabe do que eu estou falando...

Villa - Lobos se apresentou dia 13, 15 e 17 de Fevereiro. Destes, o dia 17 foi o mais tranquilo, até a entrada de Heitor: de casaca, com um pé calçado e o outro de chinelo. A atitude foi interpretada como uma afronta, algo inadmissível, motivo de vaia... Moderno demais! Que nada... era um calo inflamado, que o impediu de calçar o outro sapato.

Das suas obras, eu particularmente, gostaria de destacar as nove Bachianas Brasileiras. Elas são o carro chefe da obra de Heitor, e estão entre as suas obras mais conhecidas. Principalmente a Bachaiana n° 2, famosa pelo movimento que ficou conhecido como O Trenzinho do Caipira... uma obra prima, que traduz de maneira quase exata o movimento e o som de uma locomotiva. Dá até pra imaginar o trenzinho arfando pra subir uma colina e chegando na estação!E usando instrumentos brasileiríssimos, como reco-reco, pandeiros, chocalhos, maracas, ganzá, além dos mais convencionais como triângulo, pratos e caixa.

E aqui vai novamente a humilde opinião desta blogueira: a melhor, pra mim, é a n° 5... Dedicada á Arminda Villa - Lobos (sua segunda esposa) possui 2 movimentos: Ária (Cantilena), com letra de Ruth Valadares Correa e Dança (Martelo), com letra de Manuel Bandeira. Estreou no Brasil em 1939 e na França dois anos mais tarde.

Segue a letra pra vocês:

Ária:Cantilena



Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente.
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
Surge no infinito a lua docemente,
Enfeitando a tarde, qual meiga donzela

Que se apresta e a linda sonhadoramente,
Em anseios d'alma para ficar bela
Grita ao céu e a terra toda a Natureza!
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a Sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!




Dança: Martelo



Irerê, meu passarinho
Do sertão do Cariri,
Irerê, meu companheiro,
Cadê viola?
Cadê meu bem?
Cadê Maria?
Ai, triste sorte a do violeiro cantadô!
Sem a viola em que cantava o seu amô,
Seu assobio é tua flauta de irerê:
Que tua flauta do sertão quando assobia,
A gente sofre sem querê!
Teu canto chega lá do fundo do sertão
Como uma brisa amolecendo o coração.
Irerê, solta teu canto!
Canta mais! Canta mais!
Pra alembrá o Cariri!
Canta, cambaxirra!
Canta, juriti!
Canta, irerê!
Canta, canta, sofrê!
Patativa! Bem-te-vi!
Maria-acorda-que-é-dia!
Cantem, todos vocês,
Passarinhos do sertão!
Bem-te-vi!
Eh sabiá!
Lá! liá! liá! liá! liá! liá!
Eh sabiá da mata cantadô!
Lá! liá! liá! liá!
Lá! liá! liá! liá! liá! liá!
Eh sabiá da mata sofredô!
O vosso canto vem do fundo do sertão
Como uma brisa amolecendo o coração.


Vou colocar aqui as duas Bachianas que eu citei e também o Concerto para Violão e Orquestra, pro meu irmão que toca violão clássico... XD
Também dedico esta postagem pra Daiane (sim... de novo): uma de minhas leitoras mais assíduas e principal promoter deste blog no Hospital que a gente trabalha!